segunda-feira, 28 de maio de 2012

BIÓPSIA DO VILO CORIAL (BVC)

INTRODUÇÃO
Tem por finalidade permitir a coleta do material embrionário para a pesquisa do cariótipo fetal e avaliação da paternidade. É realizado entre a 11ª e a 14ª semana da gestação e apresenta vantagem em relação a  amniocentese no fato do resultado ser alcançado em tempo menor, 7 a 10 dias contra 15 a 20 dias da amniocentese. É um processo dirigido por ultrasom em tempo real, realizado pela via transabdominal e visa a coleta de material placentário, que tem a mesma carga genética do feto.
Apresenta um risco de perda gestacional da ordem de 0,5% e a necessidade de uma nova punção em caso de necessidade é por volta de 1:400 punções em média.

INDICAÇÕES PARA A BVC
* Idade materna avançada
* Rastreio ultrasonográfico positivo
* Antecedentes de aneuploidia
* Rearranjo cromossômico parental
* Abortamento habitual
* Doenças ligadas ao cromossoma X
* Investigação de hemoglobinopatias
* Investigação de erros inatos do metabolismo
* Investigação de paternidade

A indicação mais frequente para se oferecer a BVC ainda é a idade materna avançada, que se define como sendo maior ou igual que 35 anos na data do parto. A BVC permite que se obtenha um cariótipo rápido após achados anormais no estudo morfológico do 1º trimestre tais como:
translucência aumentada, extração do DNA fetal na investigação de anomalias gênicas e ainda para determinar a paternidade do concepto. Com 48 horas podemos identificar trissomias do 21, do 13 e do18, além da monossomia do X, triploidias, asssim como verficar o sexagem fetal.
O risco basal consiste na possibilidade da ocorrências de aneuploidias, determinada pela idade materna(Fetal Medicine Foundation, 2004). Assim se o rastreio resultar em um risco maior que o basal, a indicação par a biópsia de vilosidades o será em função da brevidade em seus resultados.
Risco basal menor, a indicação seria da amniocetese á partir da 14ª semana, uma vez que este procedimento está associado a apenas 0,5% de perda gestacional.

TÉCNICA
Após antissepsia do abdome materno é realizada a anestesia local com xilocaína sem vasoconstritor e através de acompanhamento em tempo real com ultrasom é introduzida agulha(Gauge 20) até a placenta(corion frondoso). O tamanho da agulha depende da espessura da parede abdominal. Na maioria das vezes a agulha com 120 mm é suficiente. A agulha será conectada a uma seringa de 20 cm3, já contendo meio de cultura. Serão realizados movimentos de vaivém dentro do corion e a extremidade da agulha será monitorada, enquanto aspira-se com a seringa(pressão negativa). Evita-se a incursão da agulha pela decídua. A retirada da gulha deve ser feita ainda sob pressão negativa na seringa. Esta técnica é chamada de punção á "mão livre" O material colhido é enviado para cultura, onde após o crescimento destas, são analisadas cerca de 20 celulas, nas quais todos os 46 cromossomas são analisados, fazendo com que ao final desta análise, tenham sido examinados cerca de 920 cromossomas fetais. Só após a realização desta análise é que será dito ao casal se o seu filho apresenta algum problema, sua gravidade e possibilidades de condutas perante o caso. Este processo permite a identificação de aproximadamente 300 síndromes ligadas a anomalias estruturais.

CONTRA-INDICAÇÕES

* Sangramentos ativos, asim como presença de hematomas subcoriais.
* Aborto retido(esvasiar com AMIU).
* Mulheres com Rh-negativas com isoimunização.
* Miomatose uterina relativa.

domingo, 27 de maio de 2012

SÍNDROME DA BANDA AMNIÓTICA

Sinonímia
Síndrome da banda de constrição, anel de constrição congênito, banda de constrição anular, complexo de ADAM ( deformidade amniótica, aderências, multilações), complexo da ruptura da banda amniótica, displasia de Streeter, defeito anular congênito e síndrome da banda amniótica.
Definição
Deformidades congênitas caracterizadas por áreas de estrangulamento por bandas de constrição, que podem ser superficiais ou profundas, podendo circular total ou parcialmente a área afetada.
Trata-se de condição esporádica que apresenta variada apresentação clínica, desde um simples anel de constrição em dedos e artelhos até grandes amputações de membros ou malformações em partes nobres como o encefálo e o coração. A assimetria das lesões é regra e os dedos mais afetados são os quirodáctilos II, III e IV, sendo o polegar frequentemente poupado. Lesões profundas podem causar lesões nervosas.
Etiologia
Seria o resultado de ruptura precoce do âmnio, com a formação de bandas mesodérmicas entre o lado coriônico do âmnio e o corpo fetal. A gravidade das lesões depende da precocidade da ruptura do âmnio e da localização da fixação da banda.
Diagnóstico por imagem
As lesões faciais são frequentemente assimétricas e não obedecem a anatomia das fendas faciais clássicas.
Incluem as fendas labiais, palatinas e a microftalmia. As lesões de calota craniana produzem anencefalia e encefalocele assimétricas ou até mesmo a decapitação.
Extremidades fetais envolvidas na SBA podem ser diagnosticadas em diversos graus ou fases de acometimento. Um membro ou parte de um membro fetal ainda íntegro pode ser visto imóvel e exteriorizado na cavidade celômica por ocasião da ultrasonografia no primeiro trimestre da gestação. Constrição de partes moles provocam deformidades derivadas do linfedema distal do memmbro acometido, e esta situação pode progredir para as amputações assímétricas de digitos e membros inteiros.
A SBA, quando ocorre em fases iniciais da embriogênese, pode produzir deformidades extensas de parde abdominal e torácica com a exteriorização de órgãos como fígado, o intestino e o coração. Quando há associação de defeitos cranianos, faciais, de membros e deformidades da coluna como as cifoses, escolioses ou lordoses, é denominada " limb bady wall complex". O diagnóstico ultrasongráfico pode ser sugerido diante da presença de alças intestinais livres no líquido amniótico, acompnhada pela extrusão do fígado. Esta situação é muito rara na gastroquise isolada.
A visualização de membranas junto ás lesãoes fetais é comum e ajuda no diagnóstico.. Entretanto a simples identificação da separação das membranas amniótica e coriônica, na ausência de lesões fetais não diagnostica a SBA. O ultrasonografista pode estar diante da separação fisiológica destas membranas, as quais se fundem por volta das 16 semanas gestacionais, ou diante de uma gestação gmelar diamniótica ou ainda de uma septaçãoiatrogênica pós-amniocentese.
Tratamento obstétrico
O seguimento da gestação nos casos de síndrome da banda amniótica depende da gravidade das lesões presentes. As lesões graves, imcompatíveis com a sobrevida pós-natal, como exencefalia e " limb bady wall complex", são passiveis de interrupção médica da gravidez, mediante autorização judicial. As demais lesões, como constrição e amputação de membros, devem ser seguidas ultrasonograficamnte até o termo. As gestantes devem ser encaminhadas para interconsulta com o grupo de cirurgia que irá atender o recém-nascido, para orientações sobre possiveis procedimentos e prognóstico cirúrgico.
O tratamento intraútero pode\ser indicado para casosnde constrições isoladas de membros fetais, nos serviços que dispõem de profissionais com experiência em fetoscopia. O tratamento fetoscópico consiste na ablação das fibras que geram as lesões constritivas, permitindo a restauração da irrigação do membro acometido, com melhora do prognóstico pós-natal.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

INCOMPETENCIA ISTMO-CERVICAL-ULTRASONOGRAFIA DE COLO UTERINO

A ultrasonografia de colo uterino é ultilizada para acompanhamento de casos de incompetencia ístmo-cervical, auxiliando na programação da circlagem do colo uterino, bem como na prevenção do trabalho de parto prematuro.
A IIC é responsável pelas perdas gestacionais do 2º e 3º trimestres em 15% dos casos.
A avaliação em período não gestacional é dificultado pela ausência de marcadores especificos, sendo dito que a presença de colo uterino com menos de 3,0 cm de comprimento e diâmetro do orifício interno maior do que 4 mm, avaliados pela ultrasonografia e histerossalpingografia, presentes de forma isolada ou associados, levariam á suspeita de que a paciente apresenta quadro de IIC.
Durante o período gestacional, o melhor exame para a determinação da IIC é a ultrasonografia transvaginal, que avaliará o comprimento cervical e a presença ou não de abertura do orifício interno do colo uterino.
Á partir da 12ª / 13ª semana de gestação começa á ocorrer aumento da pressão intra-uterina pelo crescimento do saco gestacional, o qual passa a ocupar toda a cavidade endometrial. Este aumento da pressão força a abertura do orifício interno do colo uterino, o que acaba levando ao evaescimento deste e consequente parto prematuro.
Uma forma que temos que diagnosticar este quadro precocemente é realizando durante o exame transvaginal uma pressão no fundo uterino por cerca de 2 a 3 minutos e observar se há ou não a formação do chamado sinal do "dedo de luva". Sua presença indica a necessidade da realização da circlagem uterina de forma preventiva, pois o risco de esvaecimento e parto prematuro está aumentado.
Após este período, os autores indicam a realização da medida do colo uterino entre a 22ª e 28ª semana de gestação para prevenção do trabalho de parto prematuro.
Basicamente é considrado normal o comprimnto longitudinal do colo uterino acima de 3,0 cm e um orifício interno fechado sem proeminencia da bolsa amniótica para o seu interior.
Medidas abaixo de 2,5 cm são acompanhadas do aumento de risco para parto prematuro, atingido grande risco quando abaixo de 1,5 cm. Este tipo de avaliação é importante para aquelas pacientes com fatores de risco para parto prematuro, a saber, história pregressa de prematuridade, pacientes com baixo índice de massa corporea ou com vaginoses bacterianas.
TÉCNICA DO EXAME
Consiste na mensuração do comprimento longitudinal do colo uterino, o qual se estende desde orifício interno ao externo, sendo necessário toda a identificação do canal endocervical n a tela da imagem e a medida ser realizada acompanhando a curvatura do colo uterino. Apesar de ser realizada por via abdominal, o risco de erro está aumentado pois uma bexiga muito distendida  pode comprimir á região ístmica do útero, dando a falsa impressão de um colo alongado.