quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ARTÉRIA UMBILICAL ÚNICA

O cordão umbilical, deriva da base do saco gestacional. Com a expansão da cavidade amniótica, ocorre epitelização e fusão do duto onfolamesentérico com a base do saco gestacional, formando o funículo na 7ª semana de gestação. Os vasos do cordão umbilical derivam dos vasos do alantóide.
Durante esse processo , frequentemente a veia umbilical direita acaba de estenosar. Dessa forma, habitualmente, o cordão umbilical apresenta duas artérias e uma veia, envoltos pela geléia de Wharton. Em alguns casos, pode ser observada apenas um artéria única.
A frequência de artéria umbilical única(AUU) na população geral está entre 0,80 E 1,90%.
O diagnóstico antenatal de AUU pode ser feito por ultra-sonografia, realizando cortes longitudinais e transversais do funículo. O plano transversal é o de maior facilidade para identificação da anomalia, ocasião em que é frequente observar-se que o diâmetro da artéria remanescente é maior que nos cordões com três vasos. Outra maneira de visibilizar a AUU é utilizando o Doppler colorido no plano transversal que passa pela bexiga fetal. Nesse nível nota-se o trajeto das artérias umbilicais margeando a imagem vesical. Nos casos de AUU , em 73% das vezes, é a artéria umbilical esquerda que está ausente.
A incidência de restrição de crescimento fetal ocorre em aproximadamente 15 a 20% dos fetos com achado isolado de AUU.
Quando a anomalia funicular estiver acompanhada de outros marcadores de aneuploidia ou mal formações estruturais, existe a possibilidadade de alterações cromossômicas, com maior frquência as trissomias do 13 e de 18.
A observação da AUU deve ser seguida da avaliação detalhada do concepto.
Caso sejam detectadas outras alterações, o estudo do cariotipo fetal deve ser considerado.
Avaliação anatômica e funcional do coração fetal será realizada apenas nos casos em que a relação sístole/diastole da artéria umbilical estiver acima do percentil da normalidade da idade gestacional.
A persistência da veia umbilical direita é um evento muito raro, porém indicativo de gravidade com alta incidência de anomalia.
A AUU pode estar correlacionada com alterações morfológicas do trato genito-urinário, SNC, coração, CIUR, óbito fetal e aneuploidias.

CONDUTA
A AUU esta relacionada á maior incidência de anomalias estruturais, particularmente urológicas e cardíacas, assim como maior incidência de crescimento intra-uterino restrito.
Torna-se fundamental a exclusão de anomalias associadas por meio de ultrasonografia morfológica e ecocardiografia fetal. Não havendo evidências de anomalias associadas, não haveria indicação de cariótipo fetal, restando a valiação do crescimento fetal e vitalidade fetal á partir de 26 semanas de gestação.

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